sábado, 29 de junho de 2013

SENSIBILIDADE CRISTÃ - OLHANDO AS PESSOAS COM UM OLHAR MISSIONÁRIO

(MATEUS 9: 35-38)
9.35 E percorria Jesus todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades. 9.36   Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor. 9.37   E, então, se dirigiu a seus discípulos: A seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores são poucos. 9.38   Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara.

Introdução:

Não tem como olhar um texto como esse e não se emocionar e ser profundamente tocado com a
sensibilidade de Jesus. Ao analisarmos isso comparamos com a individualidade dos nossos dias, com a
religiosidade cega que tem dominado a mente das pessoas e separado os seres humanos. Já ministrei
muitas vezes neste texto, mas confesso que cada vez que o leio ele me toca mais ainda e me confronta.
Meu desejo nesta mensagem é expor alguns outros detalhes da missão que, muitas vezes, tem sido
deixado de lado em razão de outros interesses. Quero retratar que o que exponho nesta mensagem é
coisa muito simples, porém ricas, mas que tem se perdido numa geração fria e individualista. Que o Senhor
possa tocar no fundo de nossa alma e nos leve a rever nossa forma de fazer missão.

1- A missão se faz caminhando

“E percorria Jesus todas as cidades e povoados, ensinando nas sinagogas, pregando o evangelho do reino e curando toda sorte de doenças e enfermidades.”

• A missão não é estática, mas dinâmica. A igreja deve caminhar e fazer missão.
• A cultura “templista” tem nos roubado um dos maiores princípios da missão cristã, pois somos capazes de participarmos de momentos maravilhosos dentro dos nossos templos e depois sairmos como se nada tivesse acontecido;
• Muitas vezes parece que nossa espiritualidade e compromisso missionário estão confinados dentro
das paredes dos nossos templos, nos entretenimentos dominicais.

NOTA: É necessário entendermos que:

a) Caminhando a gente ensina:
• Somos enviados a ensinar às nações. Jesus disse:  ”Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações”... “ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado” (Mt. 28: 19-20)
• A igreja pode e deve ensinar os valores mais essências da vida, ensinar a viver, mas viver para glória de Deus

b) Caminhando a gente prega:
• Todos são chamados a pregar. Pregar não o evangelho da prosperidade, das vitórias materiais, mas o evangelho do reino, banhado pela graça de Deus.
• Era isso que Paulo, os apóstolos e a igreja nos primórdios fazia: “Porém em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus. Agora, eu sei que todos vós, em cujo meio passei pregando o reino, não vereis mais o meu rosto”
• A pregação do evangelho não deve ser somente uma atividade “templista”, exclusiva dos “pregadores”, Antes, todos devem caminhar, ensinar e pregar o evangelho do reino de Deus

c) Caminhando a gente cura:
• Enquanto andamos, ensinamos e pregamos também curamos.
• O evangelho cura o corpo, as emoções, as crises existências, as depressões, a injustiça, a solidão e
tantos outros males.

2- A missão se faz enxergando pessoas

“Vendo ele as multidões”
• Não basta andar, temos que enxergar, perceber, discernir.
• Quem caminha com um coração missionário vê, percebe e se sensibiliza.
• Enxergar é a arte de olhar na alma, além do óbvio, percebendo o interior e detectando as necessidades mais secretas daqueles que nos cercam

3 – A missão se faz se compadecendo

“Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor” 
• Quem caminha vê e quem vê (enxerga por dentro) se compadece.
• É impossível enxergar o mundo a nossa volta e não nos compadecermos das pessoas e tantos que vivem distantes do seu criador, sem esperança e sem Deus no mundo, assim como éramos antes de a misericórdia e a graça do Senhor nos atingir a alma. Como nos lembra as Escrituras:
“Portanto, lembrai-vos de que, outrora, vós, gentios na carne, chamados incircuncisão por aqueles que 
se intitulam circuncisos, na carne, por mãos humanas, naquele tempo, estáveis sem Cristo, separados da 
comunidade de Israel e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo” (Ef. 2: 11-12)
• Assim como o Senhor se compadeceu de nossa miséria espiritual, também devemos nos compadecer daqueles que se encontram no mesmo estado que nós estávamos.

4) Considerações Finais: A necessidade de missionários (trabalhadores)

• É interessante ressaltar que ao contemplar toda essa realidade a sua volta, Jesus traz um grande ensino a seus discípulos e a todos nós. Ele disse: “A seara, na verdade, é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara”
• Será que os trabalhadores sempre serão poucos? Nossa intercessão é fundamental para que surjam
os verdadeiros trabalhadores, os verdadeiros missionários. Quem são eles?
• São os que caminham, ensina, pregam, curam, enxergam, e se compadecem, fazendo tudo isso
para glória do reino de Deus

Conclusão

É interessante com Jesus percebe tudo isso e, ao perceber, dirigi-se aos seus discípulos, como quem
falasse: “percebam essas coisas”; “façam como eu”; “olhem para o lado”... E depois Ele diz: “roguem
ao Senhor da seara”, clamem a Ele, pois parece que haverá um tempo em que as pessoas perderão a
sensibilidade, fixarão em si mesmas.
Tudo isso, amados, é um grande recado para nossa geração, para nós mesmos, para você, para mim.  Que
sejamos andantes, visionários do reino, que o nosso coração se compadeça, pois é possível andar e não
ver, ver e não enxergar, enxergar, mas não se sensibilizar, ser sensível, mas não agir.
Que o Senhor seja com o nosso espírito!

No amor do Senhor,

Pr. Afranio de Andrade

terça-feira, 18 de junho de 2013

JUNHO / MÊS DA CONSCIÊNCIA MISSIONÁRIA -  TEXTO: MATEUS 4: 16-20

SALVOS E ENVIADOS

4.16 O povo que jazia em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região e 
sombra da morte resplandeceu-lhes a luz. 4.17 Daí por diante, passou Jesus 
a pregar e a dizer: Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus. 
4.18   Caminhando junto ao mar da Galiléia, viu dois irmãos, Simão, chamado 
Pedro, e André, que lançavam as redes ao mar, porque eram pescadores. 4.19   
E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. 4.20   
Então, eles deixaram imediatamente as redes e o seguiram (Mt. 4: 16-20)

Introdução:
Este texto nos ensina que a chegada de Jesus é a chegada da luz e que a luz dissipa as trevas, iluminando
o reino no coração das pessoas. Jesus nos chamou para sermos ganhadores de vidas e, para isso, devemos compreender sua forma de lidar com sua missão. Aqui temos alguns ensinamentos preciosos, que
precisam estar em nossas mentes e corações, a fim de sermos aquilo que ele deseja que sejamos. Nesta
mensagem desejo expor alguns princípios deste texto e depois fazer algumas considerações importantes.
Meu objetivo é mostrar que a salvação é ratificada do cumprimento do envio e sem isso somos apenas
bons religiosos. Que o Espírito Santo nos conduza nessa jornada.

Princípios Fundamentais:
1- A EXEMPLO DE JESUS, NOSSA LUZ DEVE BRILHAR EM MEIO AS TREVAS DESTE MUNDO: 
“O povo que jazia em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região e sombra da morte resplandeceu-lhes a luz”

Devemos entender que:
a) A luz não tem sentido em meio à outra luz;
b) A luz que há em nós deve ser levada àqueles que estão em trevas:

• As trevas da ignorância;
• As trevas dos conceitos de um mundo que se opõe a Deus;
• As trevas do egoísmo;

2- A CHEGADA DA LUZ É SEGUIDA DE UMA CHAMADA AO ARREPENDIMENTO:
“Daí por diante, passou Jesus a pregar e a dizer: Arrependei-vos”

Arrepender-se quer dizer:
a) Mudar de mente;
b) Mudar de caminho;
c) Permitir que seus pensamentos sejam dirigidos por outros valores;

3- A LUZ QUE CONDUZ AO ARREPENDIMENTO É A MESMA QUE ILUMINA O HOMEM PARA RECEBER O REINO: 
"Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus."

Verdades a serem entendidas:
a) Sem a luz da graça não há arrependimento verdadeiro;
b) Sem arrependimento não há possibilidade de receber o reino;
c) Sem reino não há governo de Cristo;
d) Sem governo de Cristo não há salvação;
e) Sem salvação não há vida;

4- SÓ SENDO SEGUIDORES DE JESUS QUE PODEMOS NOS DEDICAR AO ENVIO DE SALVAR PESSOAS: 
“E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens”

a) Seguir a Jesus é fundamental para nos dedicarmos a missão, pois sem relacionamento com Ele não
poderemos entender o propósito da nossa salvação;
b) Podemos estar na igreja, mas não seguirmos a Jesus (podemos seguir a nós mesmos, nossos interesses e
propósitos);
c) Só ele que pode colocar em nossos corações o amor necessário para sermos ganhadores de vidas;

5- A CONVOCAÇÃO DE JESUS DEVE SER ATENDIDA IMEDIATAMENTE:
“Então, eles deixaram imediatamente as redes e o seguiram”

a) A prioridade é Cristo;
b) A prioridade é a missão do reino;
c) Devemos largar nossas redes (aquilo que temos colocado em primeiro lugar);
d) Isso deve ser feito de uma vez por todas;

Considerações Finais:

1- A SALVAÇÃO NÃO TEM SENTIDO DISSOCIADA DO ENVIO:
a) Não somos salvos para nós mesmos;
b) Não somos salvos para ficarmos no nosso próprio mundo;
c) A salvação nos tira de uma zona de conforto;

2- AS BÊNÇÃOS DA SALVAÇÃO SE MANIFESTAM NO CUMPRIMENTO DO ENVIO:
a) Os dons;
b) O cumprimento das promessas;
c) A provisão;
“Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”
(Mt. 6: 33)

3- SOMOS ENVIADOS A FALAR AS BOAS NOVAS DO REINO:
a) Anunciar a verdade num mundo de inverdades;
b) Anunciar o reino num mundo que jaz no maligno: “Sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro jaz no Maligno” (1 Jo. 5: 19)

Conclusão:
- Por nós mesmos deveríamos declarar que não somos capazes de corresponder, afinal somos tão limitados, porém há uma grande promessa em meio a esse envio. Ele disse: “Eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mt: 28: 20)

No amor do Senhor,
Pr. Afranio de Andrade


terça-feira, 19 de março de 2013

1º ANO DE VIDA DA MISSÃO APOSTÓLICA VIDA E PLENITUDE / FILIADA AO MGV

ANIVERSÁRIO DE 1 ANO DA IGREJA MISSÃO APOSTÓLICA 
VIDA E PLENITUDE / FILIADA AO MGV

Nesse mês de março a Igreja Missão Apostólica Vida e Plenitude completou seu 1º ano de vida, o aniversário foi marcado por uma série de cultos, e o Pr. Afranio de Andrade foi o responsável pela pregação da Palavra no primeiro dia. Foi uma grande festa! Louvor, adoração, comunhão e reflexão da Palavra de Deus. Pr. Afranio trouxe uma reflexão baseado em At 9.31 e falou sobre as marcas de uma igreja. Pr. Afranio tem dado cobertura espiritual a essa igreja que fica no bairro de Campo Grande e a mais duas que ficam em Nilópolis e Cabuçu. (Pr. Marcelo e Pr. Gerson)
A liderança da igreja de Campo Grande está sob a responsabilidade do Pr. Alex e da Pra. Adriana.

Veja agora um pouco dessa grande festa:


 Pr. Afranio e Pr. Alex antes do inicio do culto
 Ministério de Música local, sob a liderança da Pra. Adriana


 Pr. Alex orando pelo Pr. Afranio antes da reflexão
 Pr. Afranio trazendo uma reflexão muito relevante e atual



Pra. Tânia de Andrade trazendo a benção final
Pr. Alex e Pra. Adriana

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Graça e Paz!

quinta-feira, 1 de novembro de 2012


Pr. Afranio de Andrade


NÃO NOS ENVERGONHEMOS DO EVANGELHO

Gosto da expressão de Paulo, quando afirma: “Pois não me envergonho do evangelho”, (Rm. 1: 16 a). São palavras que encontram pleno eco em nossos dias, visto que muitos tentam “alterar”, “contextualizar”, ou até mesmo “adulterar” o evangelho, a fim de que sua mensagem se torne mais atraente para a sociedade moderna. Penso que, se Paulo vivesse em nosso tempo, ele estaria esbravejando em razão daquilo que se tem visto. Uma grande massa tem sido atraída por um suposto evangelho, que, na verdade, está distante de ser o evangelho bíblico e autêntico, responsável por impactar o mundo e transformar pessoas. O apóstolo iria bradar em nossos dias: “não se envergonhem do evangelho!”; “Não se atrevam a alterar sua mensagem!”; “Não diminuam suas demandas!”; “Não o ajuste a gosto da clientela!”; “Não o confunda com mensagem de auto-ajuda!”; “Não o transforme em fórmula para o sucesso!”; “Não o use como trampolim para a ascensão ministerial”; “Não fragmente sua mensagem, a fim de atrair novas clientelas”, dentre outros brados de indignação. O evangelho é Cristo e, por isso, imutável e sempre presente. Ele traz o recado de Deus para o homem em todos os tempos e épocas. Paulo, possivelmente, também se assustaria ao ver que não há somente a possibilidade de se envergonhar do evangelho, mas ficaria (como em sua época) revoltado com aqueles, que são a vergonha do evangelho. A expressão do apóstolo é uma verdade sobre a qual devemos nos debruçar e refletir seriamente em nossos dias. Paulo prossegue e apresenta as razões pelas quais não podemos nos envergonhar do evangelho, tampouco ajustar sua mensagem, a fim de torná-lo atraente. Ele diz: “porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê”. O evangelho bíblico e autêntico é o poder de Deus para nos salvar, mas não se trata apenas de uma “salvação da alma”, o evangelho nos salva de tudo, dirige nossos passos, orienta nossas ações, aproxima-nos de Deus e de seus princípios. O evangelho nos salva da condenação do inferno, visto que brada aos ouvidos de todos os eleitos: “nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Rm. 8: 1), e ratifica essa verdade, dizendo: Quem intentará acusação contra os eleitos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem os condenará? É Cristo Jesus quem morreu ou, antes, quem ressuscitou, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós” (Rm. 8: 33-34). Mas não para por aqui! O evangelho também nos salva das influências vindas de um mundo distante de seu Criador. Paulo nos ensina: “Ele vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados, nos quais andastes outrora, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que agora atua nos filhos da desobediência” (Ef. 2: 1-2)
O evangelho nos tirou desse contexto de trevas e de influências de autoridades contrárias ao curso de Deus. É pelo evangelho que nossa mente é protegida e nossos pensamentos orientados de acordo com valores que não pertencem a esse mundo. Não seremos levados pelas opiniões que tentam nos incutir. Por fim, tenhamos a certeza que o evangelho nos concede um grande livramento, ele nos salva de nós mesmos, de sermos entregues à nossa natureza humana, pecaminosa e alienada de Deus e de seus valores e princípios. Paulo prossegue ensinando: “entre os quais também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos” (Ef. 2: 3). Talvez a parábola do filho pródigo seja o texto que mais nos exemplifique o que é o ser humano entregue a si mesmo. Somos capazes de desprezar as coisas eternas e de valor incomparável, com o objetivo de realizar nossas vontades egoístas. Pois foi desse cativeiro interno que o evangelho nos livrou. Sua mensagem é libertadora e capaz de romper com as algemas que encarceram o ser humano em si mesmo. 
O evangelho é a mensagem divina que revela a soberania e majestade de Deus, assim como expõe a pequenez e eterna dependência de todos nós. Por isso, não nos envergonhemos, não nos deixemos levar pelo “outro evangelho”, não sejamos seduzidos por propostas de sucesso em nome de um “evangelho” de homens. Sejamos autênticos, entendendo que evangelho basta, pois é suficiente e poderoso para nos salvar de toda condenação, das influências desse mundo e das algemas que nos aprisionam em nós mesmos. Somos livres e, dessa forma, jamais nos deixaremos levar por qualquer outro jugo, que não seja o jugo de Cristo.

No amor do Senhor,
Pr. Afranio de Andrade


terça-feira, 30 de outubro de 2012


"Vida cristã não se fundamenta nas nossas experiências carismáticas, nem nas nossas atividades, e sim na obra redentora da cruz."

"Homens tem usado a Bíblia nos púlpitos e não expõem as escrituras mostrando o evangelho genuíno e puro de Cristo."

"Só podemos entender a obra grandiosa da salvação pela ação do Espírito Santo." 

"O que determina a nossa caminhada, é o que impulsiona os nossos pensamentos."

"Para vivermos uma vida cristã autêntica, precisamos jogar fora a camuflagem religiosa."

Pr. Afranio de Andrade - Culto Domingo de Manhã - 29/10/2012

segunda-feira, 9 de abril de 2012



A VIDA E O PENSAMENTO CRISTÃO: SERÁ QUE ESTAMOS EM LINHA COM A VERDADE?

Inicio os primeiros meses deste ano dando continuidade às coisas que tem me levado a uma reflexão séria sobre o sentido e conteúdo da vida cristã. Como pastor e considerando-me um pensador do meu tempo e da minha classe, preocupo-me com o que tenho visto e ouvido, quando o assunto é cristianismo ou simplesmente vida cristã. Pelas Escrituras entendemos que a igreja é o povo pelo qual a verdade é vivida, protegida e proclamada, com palavras e ações. Paulo, o grande apóstolo, a compara a uma coluna e um baluarte da verdade (1 Tm. 3: 15). Entretanto, a verdade tem sido tão relativizada, que até dentro dos meios cristãos não tem sido possível chegar a conclusões absolutas. Entendo que esse fenômeno é fruto da influência pós-moderna no pensamento e comportamento cristão. Influência essa que, sem que percebamos, tem nos roubado a capacidade de definirmos alguns conceitos. A confusão começa com a falta de definição do que venha ser vida cristã, teologia cristã, cosmovisão cristã, e assim por diante. Em outras palavras, o que rege o comportamento cristão? Qual é a base do pensamento cristão? E, de que maneira podemos enxergar e discernir o mundo a sua volta? Se não tivermos esses fatores definidos, dando-nos consciência do que significam e, sobretudo, quais são os seus propósitos, corremos o perigo de vivermos uma falsa espiritualidade, que intitulamos de cristianismo. Paulo nos alerta sobre um tempo em que as pessoas se distanciariam da verdade, buscando suas próprias verdades e, como sentindo coceiras nos ouvidos, buscariam mestres segundo os seus próprios interesses (2 Tm. 4: 3). Há, então, uma necessidade imperativa de definirmos o conceito de vida cristã, teologia cristã e cosmovisão cristã. Guardada as devidas proporções, e reconhecendo minha própria limitação, é isso que proponho neste texto.

O que é vida cristã? Para chegarmos a uma conclusão sobre esse conceito, devemos identificar alguns pensamentos, que se definem como vida cristã, mas que, à luz da Palavra de Deus, não são. O primeiro conceito falso sobre vida cristã é aquele que afirma que tal vida se caracteriza por um bom comportamento desenvolvido pelos seres humanos. Bom comportamento não é sinônimo de vida cristã, isso porque, tem muita gente com bom comportamento, mas que está longe de isso ser uma marca da vida cristã. Conheço pessoas de boa conduta, até mesmo dentro da igreja, mas que isso é fruto do medo das conseqüências do mau procedimento e, assim, procura-se viver corretamente, porque, do contrário, colherão muito mal de suas atitudes. É óbvio que todas as ações geram consequências, mas a vida cristã autêntica não se caracteriza por isso, e sim, por sermos totalmente transformados, de forma milagrosa, por meio da ação regeneradora do Espírito Santo. É isso que Jesus ensina (Jo. 3: 1-6) e Paulo ratifica (Tito 3: 5). Acredito, com pesar em meu coração, que há muitos, dentro da igreja, que precisam de uma experiência regeneradora com Deus, a fim de viverem para sua glória e não apenas para se livrarem dos prejuízos de uma vida desregrada. Outro fator que não define a vida cristã é aquele que a confunde com atividades religiosas, ou seja, o velho engano que diz: “sou cristão porque me envolvo com atividades da igreja”. Esses precisarão sempre de alguma atividade para se “sentirem” cristãos e, assim, vão se auto-enganando. O grande problema desse conceito é que, quando faltam as atividades, a suposta vida cristã vai embora e a pessoa passa a ser o que nunca deixou de ser. Mais uma vez é preciso saber que nossas atividades devem ser resultado de nossa transformação e nunca uma camuflagem religiosa, que logo se desfaz. Reportando-nos ao apóstolo Paulo, observamos que é ratificado em seu ensino, que nossas ações e boas obras devem ser fruto da nossa nova natureza, pois somos feitura de Deus, criados em Cristo Jesus (Ef. 2: 10). Outra consideração enganosa sobre vida cristã está no fato de alguns  entendê-la como se fosse a submissão cega a alguns preceitos religiosos, humanos e legalistas. Segundo as Escrituras, tal comportamento é enganoso, pois só consegue mascarar as pessoas, não demonstrando nenhuma marca de um ser regenerado.

Não são poucos os que se escondem por trás dessas maquiagens (Cl. 2: 20-23). Devemos reforçar o conceito de que a verdadeira vida cristã é fruto de uma entrega incondicional a Deus, confiando plenamente na pessoa e na obra de Jesus Cristo. Só assim pode-se experimentar a nova vida e afirmar, como fez o apóstolo: “Já não vivo mais eu. Mas Cristo vive em mim, e a vida, que agora tenho na carne, vivo na fé do Filho de Deus, que por mim morreu e ressuscitou” (Gl. 2: 20). Poderíamos seguir adiante e listar mais alguns conceitos equivocados do que venha a ser vida cristã, como, por exemplo, compará-la com experiências emocionais e êxtases religiosos.
Diante de tudo isso, somos convocados a refletir sobre qual seja a base do pensamento cristão, isto é, o que vem a ser teologia cristã? Digo isso porque há muitas teologias, mas nem sempre as mesmas podem ser consideradas legitimamente cristãs, isso porque nem todas podem ser consideradas teologias bíblicas. Há inúmeras teologias contemporâneas que não tomam a Bíblia como fonte base de estudo. Assim, encontramos as teologias da prosperidade, existenciais, liberais, pós-modernas e assim por diante. Mas o que vem a ser teologia cristã? Há, principalmente, dois princípios a serem considerados aqui: O primeiro diz que devemos considerar se a Bíblia é usada como única fonte totalmente fidedigna. Isso parece óbvio, mas o fato é que muitas teologias estão longe desse princípio. Outro fator a ser considerado numa genuína teologia cristã é saber se ela visa o reino e a glória de Deus. Não é possível “tirar” Deus da teologia e colocar o homem e seus interesses no centro, mas é exatamente isso que tem acontecido nos nossos dias. Precisamos, então, resgatar os princípios que nos levam a uma forma de pensar que dignifique o evangelho de Jesus Cristo.

Por fim, desejo considerar a nossa cosmovisão. E a pergunta a ser feita é a seguinte: De que forma enxergamos o mundo? Como nos comportamos diante das mudanças e transformações de nossa sociedade? Como reagir às imposições de um mundo pós-moderno? Infelizmente a Bíblia não tem sido o fator norteador da visão de mundo, o que resulta numa perda irreparável. Basta darmos uma olhada atenta aos primeiros onze capítulos do livro de Gênesis para termos uma visão da origem de todas as coisas. Partindo desse pressuposto teremos uma correta interpretação da razão da existência humana, do porque de tanta maldade no mundo, do propósito original de Deus e de como as coisas estão distorcidas hoje. Se não tivermos essa base de conhecimento enxergaremos o mundo a nossa volta sob o ponto de vista do próprio mundo, ignorando a recomendação apostólica: “Não vos conformeis a esse mundo” (Rm. 12:2). Reparem que somos chamados de luzeiros do mundo (Fl. 2: 15).
O ano está apenas começando, mas o alerta do Espírito é claro: precisamos de uma vida cristã autêntica, uma teologia legitimamente cristã e uma cosmovisão que venha do Criador do mundo e não daqueles que o tem destruído.


No amor do Senhor,
Pr. Afranio de Andrade